quinta-feira, 3 de setembro de 2009

MARCUS VIANA - Carinhos quentes

Pra amiga Fátima

O que é o amor?
Um homem vai te responder:
-Cheirar uma flor, morder a fruta boa
O que é o amor?
Uma mulher vai te dizer:
-Mergulhar no coração, sem medo até o fim
A Terra sonhando com a chuva do céu
Floresce a semente e a doçura do mel
Querida querendo pra sempre ficar
Carinhos tão quentes
Mistérios do querer bem
É festa de luz
Quando é manhã no céu de um amor
Perfuma e reluz
E a vida faz sentido
E se a tarde cai
Adormecendo o sol da paixão
Espera no cais
O barco da solidão
E cruzam as águas, guerreiros do amor
Na eterna procura de ouvir a canção
Nas ondas, sereias e os olhos no céu
A estrela, a princesa e seus beijos de sol
Marcus Viana - Gravado por Sagrado Coração da Terra

domingo, 23 de agosto de 2009

FRED MARTINS - Tempo a fora

Onde mora a ternura,
onde a chuva me alaga,
onde a água mole perfura,
dura pedra da mágoa,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora.
Quando o carinho acontece,
quando a garoa é macia,
e se cura e se esquece,
a dor num canto vazio,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora.
Onde a alma se lava,
aonde o corpo me leva,
onde a calma se espalha,
onde o porto me espelha,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora.
Quando me lembro de tudo,
quando me visto de nada,
e me chove e descubro,
quanto você me esperava
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora,
eu tenho o tempo do mundo, tenho o mundo afora.

Frederico Ribeiro Martins

sexta-feira, 12 de junho de 2009

DOLORES DURAN - A Noite de meu bem


Hoje eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem
Hoje eu quero paz de criança dormindo
E abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem
Quero a alegria de um barco voltando
Quero ternura de irmãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah! eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem
Ah! como este bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda pureza que eu quero lhe dar.
Adiléia Silva da Rocha - Dolores Duran

segunda-feira, 1 de junho de 2009

GUARABIRA - Margarida


Andei, terras do meu reino em vão
Por senhora que perdi
E por quem fui descobrir
Não me crer-mais-ei aqui, me encerrei
Sou cantor e cantarei
Que em procuras de amor morri, ai!
Dor que no meu peito dói
Que destróis assim de mim
Bem sei que eu achei enfim
E que adiantou a dor,
Mas me queimou
Pois por não saber de amar
Ela ainda rainha está
E ela está em seu castelo, olê, olê, olá
E ela está em seu castelo, olê, seus cavaleiros
Ora peçam que apareça
Pois por mais que me eu me ofereça
Mais me evita essa senhora
Eu já fui rei, já fui cantor
Vou ser guerreiro, um perfeito cavaleiro
Armadura, escudo, espada,
Pra seguir na escalada
Belo motivo, é por amor que vou lutando
E pelas pedras do castelo
Uma eu já vou retirando
E retirando uma pedra, olê, olê,olá
Mais uma pedra não faz falta, olê, seus cavaleiros
Que ainda correm pelo mundo
Ouçam só por um segundo, que eu acabo de vencer
Retirei pedras de orgulhos, majestades,
Deixei todas de humildades,de amores sem reinado
Ela então se me rendeu
Eu já fui rei, já fui cantor, já fui guerreiro
E agora enfim sou companheiro,
Da mulher que apareceu
Apareceu a Margarida, olê, olê, olá
Apareceu a Margarida, olê, seus cavaleiros
Gutemberg Guarabira

sábado, 30 de maio de 2009

NELSON ÂNGELO - Fazenda

Água de beber
Bica no quintal
Sede de viver tudo
E o esquecer era tão normal
Que o tempo parava
E a meninada
Respirava o vento
Até vir a noite
E os velhos falavam coisas dessa vida
Eu era criança, hoje é você
E no amanhã, nós
Água de beber
Bica no quintal
Sede de viver tudo
E o esquecer era tão normal
Que o tempo parava
Tinha sabiá, tinha laranjeira
Tinha manga-rosa
Tinha o sol da manhã
E na despedida
Tios na varanda
Jipe na estrada
E o coração lá
Tios na varanda
Jipe na estrada
E o coração lá.
Nelson Ângelo

FÁTIMA GUEDES - Fulano, Beltrano e Sicrano

Taí, uma mulher com pecados
Habilmente dividida
Três homens no meu caminho
Três caminhos sem saída:
O Fulano é meu amigo
O Beltrano é meu marido
O Sicrano é meu amor
E a briga cá é comigo
Eu é que sei...
Teve de ser com Fulano
De quem eu sou a pela fraca
A amante mais devassa
Seu estopim de desgraça
De encontros em pleno dia
E o medo que ele me passa
E a pressa que ele me passa
Eu sei que se ele me aperta
Sente em meio seio a fogaça
Eu sou mil vezes melhor
Embora ele adore a outra
Fulano me deixa louca
Beltrano me quis primeiro
Arrebatou-me princesa
Viril, forte e cavalheiro
Elogiou minha beleza
E Beltrano me escolheu
Pra ser o que há de mais seu
A mãe de seus garotinhos
Todos de olhos tranqüilos
Seus filhinhos, meus filhinhos
Beltrano é o que há de mais puro
Mas Sicrano ainda me olha
Com tanto apego
Gosta e não gosta de estar comigo
Sente no meu respirar
Uma nota de perigo
Me tira e me pôe nos seus planos
Sicrano vai nisso há anos
Ele sabe que minha vontade é ele
E me deixa esperar por de repente
Sicrano me pôe doente
O Fulano é meu amigo
O Beltrano é meu marido
O Sicrano é meu amor
E a briga cá é comigo
Eu é que sei...

Maria de Fátima Guedes

sexta-feira, 29 de maio de 2009

VANESSA DA MATA - Música


Nosso sonho
Se perdeu no fio da vida
E eu vou embora
Sem mais feridas
Sem despedidas
Eu quero ver o mar
Se voltar desejos
Ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música
Música
Se lembrar dos tempos
Dos nossos momentos
Lembre da nossa música
Música
Nossas juras de amor
Já desbotadas
Nossos beijos de outrora
Foram guardados
Nosso mais belo plano
Desperdiçado
Nossa graça e vontade
Derretem na chuva
Se voltar desejos
Ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música
Música
Se lembrar dos tempos
Dos nossos momentos
Lembre da nossa música
Música
Um costume de nós
Fica agarrado
As lembranças, os cheiros.
Dilacerados
Nossa bela história
Tá no passado
O amor que me tinhas
Era pouco e se acabou
Se voltar desejos
Ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música
Música
Se lembrar dos tempos
Dos nossos momentos
Lembre da nossa música
Música.
Musica: Liminha - Letra: Vanessa da Mata

sábado, 16 de maio de 2009

LULA QUEIROGA - Você não disse?

tudo que eu tinha a declarar virou espuma
o que eu queria ter ouvido, você não disse
junta tudo de nós dois
chega no mar e joga
no raso também se afoga
você me empurrou do navio
eu fui levado na onda
vim bater numa ilha de silêncio e de sombra
o que era chama de amor,
agora é chama de palha
e eu vou morrendo na praia
o vento vem no meu olho
tempestade de areia
a lua acende oceano, horizonte clareia
deixa a maré me levar pra longe, longe, longe...
onde a memória me foge
eu tô dançando no escuro
com vagalumes em volta
uma corrente de amor te desprende, se solta
eu tô ouvindo sereias, lavadeiras, cirandeiras,
me levam pro meio da roda
e deixa a roda girar pra longe, longe, longe...
como o demônio me foge
e deixa a roda girar pra longe, longe, longe...
onde a memória se esconde.
Lula Queiroga

quarta-feira, 13 de maio de 2009

LUIZ TATIT - Dodói

Eu ando tão dodói
Mas tão dodói
Que quando ando dói
Quando não ando dói
Meu corpo todo dói
Tendão dói
Dedão dói
Pomo-de-adão dó
iOuvido dói
Libido dói
Fígado dói
Até meu dom dói
Pois quando canto
Não importa o tom dói
Luiz Tatit

PAULO TATIT - Trilhares

As estrelas que de noite eu via
Todas elas lá no céu estão
Mesmo sem vê-las durante o dia
Piscam no céu como o sol gordão
São trilhares de estrelas
E eu nem sabia
Que estão lá no Céu até mesmo de dia
Como pode o céu ter tanta estrela?
Como pode? parece um mar de areia
A areia que na praia eu via
Tantos grãos que estão lá no chão
Punhadinhu de areia que eu pego na mão
Tantos grãos que não cabem na numeração
São trilhares de grãos que eu nem sabia
Que esse numero aumenta de noite e de dia
Como pode uma praia ter tanta areia?
Como pode? parece um Céu de estrelas
Tanta areiaaaa
Tanta estrelaaa
Paulo Tatit

CARLOS SANDRONI - Pão doce

Não adianta mentir pra mim mesma
ficar me enganando, tentando dizer
que nunca na vida, nunca na vida eu gostei de pão doce
porque por mais que eu queira esconder
a verdade é que eu adorava pão doce
não podia passar sem pão doce
bastava ver padaria, que logo eu ia,
que logo eu ia comprar
Não adianta mentir pra mim mesma
porque no fundo, porque no fundo eu sei muito bem
que essa história toda de não comer açúcar
que essa história toda de não comer pão branco
que essa história toda de viver de mel e pão integral
isso tudo só foi começar muito depois
depois de um tempo em que eu eratão completamente ingênua
tão sem força de vontade
que as doces delicadezas
de qualquer guloseima
lânguidas me seduziam
e minha língua sofria
de incontrolável fascínio
por cremes dourado
se frutas cristalizadas
feito rubis incrustadas
nas crostas crocantes dos pães
mas hoje
hoje tudo é diferentes
e eu olho pruma padaria, me ponho cismando, chego a duvidar
como é que pôde um dia
eu ter entrado tanto lá!...
porque por mais que eu queira, mas que eu queira
mentir pra mim mesma
ficar me enganando, tentando dizer
que nunca na vida, nunca na vida eu gostei de pão doce
fazendo um exame detido, sendo sincera, eu tenho que admitir
que a verdade, meus amigos(pelo menos no que tange a trigos)
a verdade no duro, doa a quem doer
a verdade é que eu adorava pão doce...
Carlos Sandroni - Gravada por Clara Sandroni e Adriana Calcanhoto

terça-feira, 12 de maio de 2009

CELSO ADOLFO - Nós dois

E nós que nem sabemos quanto nos queremos
Que nem sabemos tudo que queremos
Como é difícil o desejo de amar
Você que nunca soube quanto eu quis
Que não me coube, não me viu raiz
Nascendo, crescendo nos terrenos seus
Eu na janela, olhando a lua
Perguntando à lua: onde você foi amar?
E nós que nem soubemos nos querer de vez
Estamos sós, laçados em dois nós
Um que é meu beijo e outro é o lábio seu
Não sei sair cantando sem contar você
Que eu sei cantar mas conto com você
Que eu vou seguir mas vou seguir você
Queria que assim sabendo se a gente se quer
Queria me rimar no seu colo mulher
Vencer a vida de onde ela vier
Ganhar seu chegar no chegar meu
Dar de mim o homem que é seu.
Celso Adolfo

VANDER LEE - Esperando aviões

Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito
Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia
Sou pista vazia esperando aviões
Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações.
Vanderly

sábado, 9 de maio de 2009

CATULO DA PAIXÃO CEARENSE - Por um beijo

Ó ri, meu doce amor,
Sorri lágrimas da flor
Teu sorriso inspira
A lira que afinei por teu falar
E quer de amor vibrarAo sol de teu olhar
Ri meu doce amor
Sorri, pérola da flor
Abre em teu lábio um sorriso
Onde um coração diviso,
De algum anjo que desceu do azul.
Num teu sorriso
Luz de poesia
Vem dar a melodia
E musicar os versos meus
Que eu mostrarei a Deus,
Como eu te amo,
Alma dileta
E sem eu ser poeta
Irei fazer o eterno
Te aclamar nos céus.
Irei estrelas lá no céu roubar
Trarei da lua, um raio de luar
Depois dos céus eu descerei ao mar
E a pérola mais bela irei buscar
Sem recear as iras do Senhor, irei,
Roubar os cofres do Senhor
Trarei a essência do divino amor
Se tu, velada no mais vasto véu,
Concederes-me a vitória
A suprema gloria,
De um só beijo teu!

Catulo da Paixão Cearense

JOÃO PERNAMBUCO - Luar do Sertão

Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão...
Oh que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando
Folhas secas pelo chão
Esse luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais porem um sol de prata prateando a solidão
A gente pega na viola que ponteia
E a canção é a lua cheia
A nos nascer do coração
Se Deus me ouvisse
Com amor e caridade
Me faria essa vontade
O ideal do coração:
Era que a morte
A descontar me surpreendesse
E eu morresse numa noite
De luar do meu sertão.

João Teixeira Guimarães - João Pernambuco


ÍNDIO - Rasquei o seu retrato

Tu disseste em juramento
entre o véu do esquecimento
que o meu nome é uma visão
Tu tiveste a impiedade
de sorrir desta saudade
que me mata o coração
Se um retrato tu me deste
foi zombando, tu disseste
do amor que te ofertei
E eu em lágrimas desfeito
quantas vezes junto ao peito
o teu retrato conservei
Eu sei também ser ingrato!
Meu coração, bem vês, já não te quer
Eu ontem rasguei o teu retrato
ajoelhado aos pés de outra mulher
Eu que tanto te queria
Eu que tive a covardia
de chorar este amargor
Trago aqui despedaçado
o teu retrato, pois vingado
hoje está o meu amor
As sentenças são extremas
Faço o mesmo aos meus poemas
Rasgo os versos que te fiz
Não te comova o meu pranto
pois quem te amou tanto, tanto
foi um doido, um infeliz

Cândido Neves (Índio)

terça-feira, 5 de maio de 2009

ARRIGO BARNABÉ - Deus de Preteje


Deus te preteje curumim
Mim fala língua de pingüim
Nem sim nem não nem nin nem são
Mim fala língua macarrão
Deus te preteje teu irmão
Mim fala língua de crivão
Crivão que vem do carabono
Onde é que tá o meu cambono
Onde é que tá o meu cambono
Ce deu tanta martelada
Que eu não fala portugás
Se mi fala inventada numa frágua
Num zá trás
Gil Vicente é mi ferreiro
Puruquê me fez primeiro
Mi chamando Furunando
Ele foi inventando
Mi sá negro de crivão
Hoje Gigante Negão!
Arrigo Barnabé

PAULO COELHO - Metamorfose Ambulante


Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Eu quero dizer
Agora o oposto
Do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo...
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu
Nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator...
É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo...
Sobre o que é o amor
Sobre o que eu
Nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator...
Eu vou desdizer
Aquilo tudo que eu
Lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo...
Do que ter aquela velha, velha
Opinião formada sobre tudo...

Paulo Coelho

RAUL SEIXAS - Cavalos Calados


O termômetro registrou,
a enfermeira confirmou,
a minha morte aparente, a minha sorte,
minha camisa rasgada no peito, escorrendo óleo diesel.
O relógio alarmou,
a TV anunciou,
a minha morte, preta e branca, a sua sorte,
e o seu durex já não cola,
já não basta o tapa-olho,
eu tenho mais um por entre as pernas
cabeludas, olhos e antenas sobresalentes.
O meu pulso não pulsou,
o aparelho aceitou,
a minha morte aparente, a sua sorte,
minha garganta sem voz.
acordo semi-lúcido,
entre a morte e a morte,
relembrando onde perdi a minha língua atrevida
pelas mortes,
pelas vidas,
pelas avenidas,
pelas Ave Marias cantadas em coro no meu violão.
Pelas ruas sem chão!
Meu corpo tem dois mil e tantos cavalos calados...

Raul dos Santos Seixas

segunda-feira, 4 de maio de 2009

ARNALDO BAPTISTA - Balada do Louco

Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
e eu posso pensar que Deus sou eu
Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz
Arnaldo Dias Baptista

SÉRGIO DIAS - Filhos do silêncio


Isso é uma emergência um alerta vermelho
o Brasil como um boi ao matadouro vai
Sangue econômico escorre esvaindo pelas mãos
aos senhores de Vera Cruz
Verdes de angustia, amarelos de ódio,
tudo azul de fome e brancos de pavor
Os pais do país nos pedem paz ordem e progresso
Descarrio do pavilhão
filhos do silêncio vem vamos dar as mãos
vem vamos dar as nossas mãos
Gritos do silêncio vem vamos dar as mãos
vem vamos dar as nossas mãos.
Os ratos roem as roupas dos reis dessa
Roma de Babal sintonisando Santa cruz
Gerson ditou a lei
Nos enrolando baseado nela
Entorpecente vício do poder.
Sérgio Dias Baptista

SUPERNOVA - Fausto Fawcett


É nítido, direto e inquietante
Eu diria totalmente extravagante
Nosso amor é agressivo no seu ímpeto lascivo
De amizade escarnada no desejo
Não tem calma o forte sim da tua presença
Fecundando minha mente e o fundo desse poço
Onde me jogo simplesmente por esporte boêmio
Mas é tão sério e maluco tá por um fio de tensão
Nosso amor é agressivo no seu ímpeto lascivo
De amizade escarnada no desejo
Obtém aquele máximo poder de um casal
Que é só mesmo destino de um pro outro
No universo das paixões
Amor assim é supernova
Certeiro na veia da carne
Da alma, na carne da alma.
Fausto Fawcett - Gravada por Skank

TELETEMA - Tibério Gaspar


Rumo, estrada turva, sou despedida
Por entre lenços brancos de partida
Em cada curva sem ter você vou mais só
Corro rompendo laços, abraços, beijos
Em cada passo é você quem vejo
No tele-espaço pousado em cores no além
Brando, corpo celeste, meta metade
Meu santuário, minha eternidade
Iluminando o meu caminho e fim
Dando a incerteza tão passageira
Nós viveremos uma vida inteira
Eternamente, somente os dois mais ninguém
Eu vou de sol a sol
Desfeito em cor, refeito em som
Perfeito em tanto amor

Tibério Gaspar Rodrigues Pereira – Gravada por Evinha e Kid Abelha

SENHORA TENTAÇÃO - Silas de Oliveira


Sinto abalada minha calma,
Embriagada minha alma,
Efeitos da tua sedução,
Oh! Minha romântica senhora Tentação,
Não deixes que eu venha sucumbir,
Neste vendaval de paixão.
Jamas pensei em minha vida,
Sentir tamanha emoção,
Será que o amor por ironia,
Movia esta fantasia vestida de obsessão,
Te confesso que me apaixonei,
Será uma maldição, não sei,
Sinto abalada minha calma,
Embriagada minha alma,
Efeitos da tua sedução,
Oh! Minha romântica senhora Tentação,
Não deixes que eu venha sucumbir,
Neste vendaval de paixão.
Silas Oliveira de Assumpção

domingo, 3 de maio de 2009

FALSA BAIANA - Geraldo Pereira

Baiana que entra no samba e só fica parada
Não samba, não dança, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer maneira
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
Deixando a moçada com água na boca
A falsa baiana quando entra no samba
Ninguém se incomoda, ninguém bate palma
Ninguém abre a roda, ninguém grita ôba
Salve a bahia, senhor
Mas a gente gosta quando uma baiana
Samba direitinho, de cima embaixo
Revira os olhinhos dizendo
Eu sou filha de são salvador
Geraldo Pereira - Gravado por Gal Costa

A LISTA - Oswaldo Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?
Oswaldo Montenegro

ATIRE A PRIMEIRA PEDRA - Mario Lago


Covarde sei que me podem chamar
Porque não calo no peito essa dor
Atire a primeira pedra, ai, ai, ai
Aquele que não sofreu por amor
Eu sei que vão censurar meu proceder
Eu sei, mulher
Que você mesma vai dizer
Que eu voltei pra me humilhar
É, mas não faz mal
Você pode até sorrir
Perdão foi feito pra gente pedir.
Mário Lago - Gravado por Ataulfo Alves

TUDO BEM - Nelson Motta - POST DE Nº 100

Já não tenho dedos pra contar
De quantos barrancos despenquei
E quantas pedras me atiraram
Ou quantas atirei
Tanta farpa tanta mentira
Tanta falta do que dizer
Nem sempre é "so easy" se viver
Hoje eu não consigo mais me lembrar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
E quase
Quase nunca a vida é um balão
Mas o teu amor me cura
De uma loucura qualquer
É encostar no seu peito
E se isso for algum defeito
Por mim tudo bem
tudo bem
Já não tenho dedos pra contar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
E quase
Quase nunca a vida é um balão
Mas o teu amor me cura
De uma loucura qualquer
É encostar no seu peito
E se isso for algum defeito
Por mim tudo bem
Tudo bem, tudo bem.
Nelson Motta - Gravada por Lulu Santos

TODA FORMA DE AMOR - Lulu Santos


Eu não pedi pra nascer
Eu não nasci pra perder
Nem vou sobrar de vítima
Das circunstâncias
Eu tô plugado na vida
Eu tô curando a ferida
Às vezes eu me sinto
Uma bala perdida
Você é bem como eu
Conhece o que é ser assim
Só que dessa história
Ninguém sabe o fim
Você não leva pra casa
E só traz o quer
Eu sou teu homem
Você é minha mulher
E a gente vive junto
E a gente se dá bem
Não desejamos mal a quase ninguém
E a gente vai à luta
E conhece a dor
Consideramos justa toda forma de amor.

Luis Maurício Pragana dos Santo (Lulu)

sábado, 2 de maio de 2009

ARRANHA CÉU - Orestes Barbosa

Cansei de esperar por ela
Toda noite na janela
Vendo a cidade a luzir
Nestes delírios nervosos
Dos anúncios luminosos
Que são a vida a luzir
E cada vez que subia
O elevador ão trazia
Essa mulher, maldição
E quando lembro
Gemia o elevador e descia
Fundia o meu coração
Cansei de olhar as reclames
E disse ao peito não ame
Que o teu amor não te quer
Descansa, feche a vidraça
Esquece aquela desgraça
Esquece aquela mulher
Deitei então sobre o peito
Vieste em sonho ao meu leito
E eu acordei que aflição
Pensando que te abraçava
Alucinado apertava
Eu mesmo meu coração

Orestes Barbosa - Gravada por Silvio Caldas


A ZERO POR HORA - Vítor Ramil


Entrei na rua Augusta a 120 graus do chão
precipitado com a chuva mas sem direção
a zero por hora
Entrei com pompa e circustâncias próprias de um verão
ensolarado minha mente por um sol bufão
a zero por hora
Entrei na rua a mi me gusta bruta inclinação
o mundo visto desse jeito é uma diversão
a zero por hora
Entrei na rua ai minha busca de consolação
apaixonado pelas moças vindo em profusão
a zero por hora
Entrei a estranha jovem guarda me estendeu a mão
pediu meu documento e eu lhe disse por que não
a zero por hora
Entrei na dela como em filme de televisão
pedi me leva preso agora no teu coração
a zero por hora
Entrei na rua a mi me gusta bruta inclinação
o mundo visto desse jeito é uma diversão
a zero por hora
Entrei na rua ai minha busca de consolação
apaixonado pelas moças vindo em profusão
a zero por hora
A zero por hora
Entrei em fria mas fervendo em minha ilusão
o amor é muito lindo a 120 graus do chão
a zero por hora
a zero por hora

Vítor Ramil

UM OUTRO QUE NÃO SOU EU - Vital lima


Por trás do olhar
Cabia além do menino
Algum lugar
Num outro tempo e caminho
Eu pude ver
Alguma chama no meio da emoção
De um outro jeito que já fui eu
Você me olhou
Um olho redemoinho
Que esmiuçou
Mesmo onde eu vivo sozinho
E me moldou
Pra me tornar igualzinho na emoção
A um outro que não sou eu
Pulsa nas estrelas e no coração o UM
Assim não me separo de você.
Vital Lima

CAÇADOR DE MIM - Sá


Por tanto amor, por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz, manso ou feroz
Eu caçador de mim
Preso a canções, entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar longe do meu lugar
Eu caçador de mim
Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura
Longe se vai sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu caçador de mim.

Luís Carlos Pereira de Sá

SONHANDO O FUTURO - Lô Borges


Eu vim pelo som, eu vim pelo ar
E mergulhei até encontrar você
Sonhando o futuro
Eu vim pra te ver, pra te acompanhar
Mudar a direção do nosso amor
E acender tudo
Podemos misturar sons, fazendo as canções
Eu nunca imaginei a gente assim, tanto amor
Amor para sempre, amar é o que vale
Só não quero mais duvidar de nós
Nem viver só
Você tem o dom de me transportar
Me leva pra bem longe, amor
Me faz qualquer absurdo
Da vida real nem quero saber mais
Eu mergulhei no fundo com você
Dei voltas no mundo
Agora vamos nós dois
Ou multiplicar três
Eu nunca imaginei a gente assim, tanto amor
Amor para sempre, amar é o que vale
Só não podemos duvidar de nós
Nem vivermos sós
A nossa estrela vai brilhar
Na correnteza te encontrar
E navegar na imensidão
Me leva pra onde você for
Faça de mim um sonhador
E estaremos sempre juntos
No som, minha estrela guia
No céu, nosso dia-a-dia
O amor acendendo tudo
Canção pra trazer você pra perto de mim
Salomão Borges Filho

TOCANDO EM FRENTE - Renato Teixeira


Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe
E nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir
É preciso chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz.

Renato Teixeira de Oliveira Santos

FOLIA NO MATAGAL - Eduardo Dusek

O mar passa saborosamente a língua na areia
Que bem debochada, cínica que é
Permite deleitada esses abusos do mar
Por trás de uma folha de palmeira
A lua poderosa, mulher muito fogosa
Vem nua, vem nua
Sacudindo e brilhando inteira
Vem nua, vem nua
Sacudindo e brilhando inteira
Palmeiras se abraçam fortemente
Suspiram, dão gemidos, soltam ais
Um coqueirinho pergunta docemente
A outro coqueiro que o olha sonhador:
- Você me amará eternamente?
Ou amanhã tudo já se acabou?
- Nada acabará - grita o matagal
-Nada ainda começou!
Nada acabará - grita o matagal
-Nada ainda começou!
Imagina: são dois coqueirinhos ainda em botão
Nem conhecem ainda o que é uma paixão
E lá em cima a lua Já virada em mel
Olha a natureza se amando ao léu
E louca de desejo fulgura num lampejo
E rubra se entrega ao céu
E louca de desejo fulgura num lampejo
E rubra se entrega ao céu.
Eduardo Dusek

SAPATO VELHO - Caludio Nucci


Você lembra, lembra!
Daquele tempo
Eu tinha estrelas nos olhos
Um jeito de herói
Era mais forte e veloz
Que qualquer mocinho
De cowboy...
Você lembra, lembra!
Eu costumava andar
Bem mais de mil léguas
Prá poder buscar
Flores-de-maio azuis
E os seus cabelos enfeitar...
Água da fonte
Cansei de beber
Prá não envelhecer
Como quisesse
Roubar da manhã
Um lindo pôr-de-sol
Hoje não colho mais
As flores-de-maio
Nem sou mais veloz
Como os heróis...
É! Talvez eu seja
Simplesmente
Como um sapato velho
Mas ainda sirvo
Se você quiser
Basta você me calçar
Que eu aqueço o frio
Dos seus pés...
Claudio Nucci